Mental no tênis

Muitos jogadores e treinadores dizem que o tênis é um esporte mental. Para o ex-número 1 do mundo, Jimmy Connors, “o tênis é 95% mental”. Mas o que os especialistas de psicologia do esporte pensam disso?

De acordo com Loehr, cada esporte tem uma série de características mentais e físicas peculiares. O autor afirma que o tênis é um dos esportes mais difíceis de ser praticado desde uma perspectiva emocional. Ele cita diversas razões pelas quais este esporte provoca tensões:

As partidas de tênis são individuais;
Não se pode pedir tempo;
O treinador não pode dar instruções, exceto em competições da Copa Davis;
O sistema de pontuação é independente da duração da partida;
As partidas podem durar várias horas;
Há muita cobrança por parte dos pais, clubes, amigos, imprensa e principalmente dos patrocinadores;
E, sobretudo, o jogador enfrenta um adversário real.
Segundo Weinberg , o tênis é um esporte difícil do ponto de vista mental por diversos motivos. Entre eles, é possível destacar que o tênis requer uma combinação precisa entre coordenação, tempo de bola, velocidade, tomada de decisão e habilidade.

Os tenistas realizam em uma partida de 900 a 1000 tomadas de decisões, sendo que estas são feitas geralmente em menos de um segundo.

Um outro aspecto que se deve levar em conta é a biomecânica do esporte, por exemplo, se o ângulo da raquete no momento do impacto com a bola, variar de alguns graus, o resultado pode ser uma bola na rede ou fora dos limites da quadra.

Um terceiro ponto que tem grande relevância é o tempo morto, que são os momentos entre os pontos e durante as trocas de lados. Como o tempo real de jogo é aproximadamente um terço do tempo total da partida, durante esse tempo morto o jogador pode se concentrar, planejar o que pretende fazer, raciocinar de maneira positiva ou negativa e, neste instante, pode aparecer a ansiedade, as distrações e as preocupações que podem produzir erros mentais e, por consequência, os erros técnicos na execução dos gestos.

Além disso, para a comunidade científica, o sucesso ou o fracasso estão ligados a uma combinação de habilidades físicas, como força, velocidade, coordenação e flexibilidade, e habilidades mentais, como concentração, confiança e principalmente motivação.

Geralmente, o aspecto psicológico é pouco ou nada treinado com jogadores infanto-juvenis. Os motivos são diversos: falta de domínio desta área pelos técnicos, falta de tempo, falta de um psicólogo especialista em tênis trabalhando com a equipe, falta de dinheiro ou pela falsa crença de alguns profissionais que o controle das emoções e que a força mental é inata (personalidade) ou adquirida através de experiência em competições.

Conclusão: é fundamental que os treinadores e jogadores entendam que a preparação psicológica é um treinamento igual a preparação física, e deve ser treinada regularmente, planejada de forma específica para o tênis e de acordo com as características de cada tenista.

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